sábado, 9 de julho de 2011

Focus III - Focus


Focus III - Focus


Track List:


1. Round Goes the Gossip (5:12)
2. Love Remembered (2:50)
3. Sylvia (3:31)
4. Carnival Fugue (6:09)
5. Focus III (6:05)
6. Answers? Questions! Questions? Answers! (14:03)
7. Anonymous Two (Part 1) (19:28)
8. Anonymous Two (Conclusion) (7:30)
9. Elspeth of Nottingham (3:15)
10. House of the King (2:23)


Músicos:


Jan Akkerman - Guitarra, Violão, Alaúde;
Bert Ruiter - Contrabaixo;
Pierre van der Linden - Bateria e Percussão;
Thijs van Leer - Vocal, Órgão Hammond, Piano, Cravo, Flauta transversal, Pícolo.


Focus:


O Focus é uma banda de rock progressivo holandesa fundada em 1969 pelo organista e flautista Thijs van Leer. Suas extensas e quase exclusivas composições instrumentais e improvisações continham várias referências à música erudita. Um exemplo é a referência a ópera de Monteverdi na canção "Eruption", do álbum Moving Waves. Outra demonstração está na referência à Johann Sebastian Bach em "Carnival Fugue", do álbum Focus 3, ou ainda das referências ao Renascimento de "Anonymus II", do mesmo álbum.
O Focus surgiu em 1969 pelo organista e flautista Thijs van Leer, pelo baixista Martin Dresden e pelo baterista Hans Cleuver. A ideia inicial era seguir o estilo de Traffic, o que não aconteceu por percalços com a versão holandesa de Hair. Após a temporada do musical o grupo pode produzir seu primeiro álbum, em 1970, já com a presença de Jan Akkerman na guitarra.

Descontente com a falta de sucesso do primeiro álbum, Jan Akkerman deixou a banda para formar outra banda com o baterista Pierre Van der Linden e o baixista Cyril Havermans. Quando soube das notícias sobre a nova banda, Thijs os contactou e eles o convidaram para participar da banda, assumindo somente então o nome Focus. O quarteto gravou o álbum Moving Waves, primeiro álbum de impacto da banda, recebendo críticas positivas em âmbito internacional. O álbum incluía a obra símbolo da banda, "Hocus Pocus". Este clássico do rock consistia na repetição de um riff de guitarra recorrente e interlúdios de vocal falsete.

No final de 1970, conheceram o produtor Mike Vernon, que ajudou a promover a banda pelo mundo. A expansão começou na Inglaterra em 1972, mesmo ano do álbum Focus 3, um disco duplo que continha o hit "Sylvia". Nesse álbum Bert Ruiter tomou o lugar de Cyril Havermans. Em maio de 1973 a banda fez uma grande apresentação no Rainbow Theatre em Londres, o que resultou no álbum Live at the Rainbow.

Logo após, Pierre Van der Linden deixou a banda após desentendimento com Ruiter sobre a direção da banda. Collin Allen o substituiu, e então a banda gravou Hamburger Concerto, um retorno ao estilo erudito. Gravaram posteriormente Mother Focus, um álbum mais comercial. Durante as gravações do álbum Allen deixou a banda, sendo substituído pelo estaduniense Devid Kemper. Em 1976, após a finalização do álbum, Jan Akkerman também deixou a banda pelas diferenças musicais entre ele e Thijs, iniciando o fim gradual da banda até o anúncio do fim em 1978.

Ainda em 1977 a banda retornou com o vocalista P. J. Proby se integrando à banda, que nessa época contava com Thijs Van Leer, Bert Ruiter, o guitarrista Eef Albers, o também guitarrista Phillip Catherine e o baterista Steve Smith.

O Disco:


Boa noite caros amigos leitores! E voltando as raízes da música progressiva, o homenageado desta semana em Planeta Música Inteligente é o álbum Focus III, da banda holandesa Focus!

Dos mais famosos elementos musicais que a música progressiva retrata, ressalto como sendo os mais marcantes no som do Focus a música folk e erudita; creio que o Focus III retrata este equilíbrio com precisão e maestria!

Por contexto histórico, vale ressaltar que no período de 1970 a 1975, o Rock Progressivo mundial viveu seu mais esplêndido, coeso e produtivo período de existência, e mesmo ainda estando em desenvolvimento naquela época, foram feitos naqueles anos a maioria dos discos de progressivo que se tornaram obras-primas do estilo. Aqueles tempos eram de mudança (já que o mundo todo sofria descobertas e alterações políticas, religiosas, ideológicas e mesmo econômicas), e talvez graças a isso, os músicos que procuravam inovar em sua arte encontravam apoio das gravadoras, do público e até mesmo dos críticos. Ou seja, o período era favorável ao bom uso da arte, e muitos grupos souberam aproveitar sua chance para nos brindar com obras que com certeza sobreviverão à passagem do tempo. Em 1972, surge portanto, FOCUS III; mais uma obra prima da época!

Disco bom do início ao fim, começo destacando a instrumental "Sylvia", um dos grandes clássicos do Focus e sempre pedida em seus shows. Os primeiros acordes de guitarra, com um ritmo contagiante, já “avisam” o ouvinte que coisa boa está por vir. Sylvia é uma aula de música, pois a mesma ao mesmo tempo em que tem um andamento rítmico bem marcado, apresenta belas e atípicas progressões de acordes no órgão em escala menor melódica, acompanhadas por uma melodia simples de guitarra, mas que se encaixa perfeitamente no contexto; demonstrando assim maestria em seus arranjos. Aliás, tudo nela parece se encaixar de um modo maravilhoso, mesmo perante o fato de ela ter uma complexidade musical considerável.

Outro bom destaque musical é "House of the King", uma de minhas músicas favoritas de toda a carreira da banda.  House of the King é a música mais folk do disco, e na realidade foi elaborada no primeiro disco da banda, só entrando porém no álbum Focus III. Van Leer inicia a melodia, com duas flautas fazendo um contraponto muito interessante e bom de se ouvir. Palmas aparecem aqui e ali, com um afeito de eco que as fazem “andar”, se a reprodução da música for em estéreo. Logo depois o violão entra com acordes rápidos, e a melodia da flauta continua semelhante com uma mudança de rítmo, e a banda entra tocando junto. A música toda, na realidade, sugere uma festa medieval executada para um rei.

Por fim, destaco ainda a música "Answers? Questions! Questions? Answers!", que nos traz um Focus sob outra perspectiva; sob influência de jazz, devido sua improvisação. Em seus quase 14 minutos de duração, é possíveis perceber loucura, plenitude, tempestade, calmaria, e uma série de opostos em meio as constantes mudanças que há nela. Pode-se notar que há um “planejamento” na música, pois há partes distintas nela, cada uma com melodia, ritmo e caráter diferentes. No começo há uma frase tocada no baixo, que “arrasta” os outros instrumentos, que fazem variações em cima dessa frase, alternando solos improvisados. Depois de um tempo o andamento muda, se tornando um Blues melódico e belo, que vai se tornando mais denso e pesado aos poucos, com os improvisos de guitarra, flauta e órgão, fazendo um “zigue-zague” de melodias e frases. Próxima do fim, a música volta a ser mais leve e calma, com Jan Akkerman mais uma vez usando os efeitos de volume na guitarra.

Considero, enfim, Focus III um dos maiores clássicos da história do Rock Progressivo; audição indispensável tanto aos grandes apreciadores, assim como eu, do estilo musical, quanto aos ouvintes da boa música; eu recomendo!


Vídeo:




Ouça:


Focus III - GrooveShark  


Referências Bibliográficas:


SoundChaser;
ProgArchives;
Wikipedia.



Enjoy!

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